Páscoa Feliz
Venho assim desejar a todos os leitores deste blogue, que tenham uma Páscoa cheia de coisas boas. O tempo não ajuda é verdade, mas desde que estejam junto das pessoas que amam, não pode correr mal. Muitas amêndoas para todos...
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Venho assim desejar a todos os leitores deste blogue, que tenham uma Páscoa cheia de coisas boas. O tempo não ajuda é verdade, mas desde que estejam junto das pessoas que amam, não pode correr mal. Muitas amêndoas para todos...
O sistema e-fix realmente ajuda bastante. Com a outra cadeira manual passava o dia a tentar levar o máximo de coisas de uma divisão da casa para a outra, para não ter de voltar atrás e passar o dia de um lado para o outro. Quem arruma uma casa sabe que ao tentar arrumar tudo no lugar certo, passa a vida a fazer quilómetros de um lado para o outro. Pois, eu não me podia dar a esse luxo, porque simplesmente não tinha energia para andar de um lado para o outro. E ao contrario do que estão provavelmente a pensar, eu não vivo numa grande casa, vivo num T2.
Por isso, se ia da cozinha para a sala pensava se haveria alguma coisa para levar, se ia da sala para o quarto, estava sempre a ver se haveria alguma coisa para levar. Ás vezes via-me a tentar levar o máximo de coisas possível, para não voltar a fazer outra "viagem". Pois com o sistema, já não é necessário pensar assim porque é mais fácil fazer outra viagem, ainda me estou adaptar e ainda nem o levei para a rua, não consigo levá-lo sozinha. Mas quando poder, certamente que vou dar uma volta, finalmente vou conseguir passear sem ninguém a empurrar a cadeira, já tentaram passear e falar com alguém que está atrás de nós? Experimentem...
Para quem não conhece o sistema e-fix. Fica aqui o vídeo. E realmente um sistema muito prático.
Hoje ao jantar estava apetecer Pizza, claro que seria feita cá em casa. Devido a minha alimentação sem glúten e a alergia a proteína da vaca.
Ingredientes:
Base
2 chávenas de chá de farinha de arroz
1 chávena de polvilho doce
1 colher de chá de fermento
1 clara de ovo
1 colher de sopa de azeite
1 chávena de bebida de soja
sal qb.
Misturar os ingredientes até ficar uma massa homogénea, colocar numa forma untada com azeite e colocar no forno até ficar dourada
Recheio:
1 lata de cogumelos
1 chávena de chá de camarões
1 lata de atum em água
1 cebola em rodelas finas
1 colher de sopa de azeite
molho de tomate
Sal qb.
oregãos qb
Coloca-se os ingredientes numa frigideira até a cebola ficar dourada, e ficar tudo sem molho. Quando tiver o recheio pronto, retiramos a base da pizza do forno. Pincelar a base com o molho de tomate (receita do molho de tomate aqui: http://deficientedonadecasa.blogs.sapo.pt/molho-de-tomate-4548 ), coloca-se o recheio da pizza e os oregãos. Leva-se ao forno mais um bocado para o recheio ficar dourado e retirar.
E temos uma pizza feita em casa e sem problemas. Podem sempre variar o recheio como gostarem.
Tenho sempre a esperança de aprender alguma coisa com os programas novos na tv, então é com essa esperança que vejo a estreia dos programas. Desta vez foi a Sic que estreia o DivertidaMente, ou eu sou super estranha ou chamar o programa de entretenimento é só o nome mesmo.
Não sei, desde quando as pessoas começaram a achar graça a programas que simplesmente fazem as pessoas fazer figura de tontas, não sei se são hipnotizadas ou se é teatro, mas o objectivo do programa em si é simplesmente, para mim, triste. Um programa em que o objectivo é pessoas rirem com as figuras dos outros, mas alguém acha graça a rir-se das figuras dos outros? Onde estão os programas que ensinam alguma coisa, que nos fazem pensar?
Cada vez mais me convenso que a tv portuguesa, não é para mim. Dar a audiência a coisas do género, não contem comigo.
Não gosto muito de estar parada, então passo a vida a tentar inventar o que fazer. Sempre gostei de trabalhos manuais, pintura, pirografia... Muitas coisas, hoje venho mostrar o que andei a fazer.
Apesar de não poder contar com os meus pés, para controlar o pedal da máquina de costura, a alguns anos uma terapeuta ensinou-me a trabalhar com a máquina colocando o pedal no cotovelo, e perguntam-me "No cotovelo? ", sim no cotovelo. Coloco o pedal em baixo do cotovelo esquerdo e vou controlando o pedal. Simples assim, não sei se é mais fácil ou mais difícil, visto que aprendi assim e faço assim.
Ás vezes os maiores obstáculos, são aqueles que agente coloca a nós próprios. Algo que estou constantemente a aprender e a tentar colocar em prática. Por isso, uso a máquina, adoro fazer coisas e até me safo. Esta foi a minha última experiência. O que é que acham?
Não sou perfeita, nem nunca o tentei ser. Eu sei que sou difícil, que os dias maus me transformam em uma pessoa difícil. Mas aí é que eu vejo, quem fica e quem vai. Quem fica é bem vindo e consegue ver o outro lado de mim o lado feliz e companheiro, quem vai, não faz falta.
Demorei muitos anos a entender isto, às vezes as pessoas simplesmente estão na vida para te ensinar lições. As vezes a pessoa que pensava ser a tua melhor amiga, simplesmente está contigo porque é conveniente e a amizade não é reciproca. Assim, desde cedo fui aprendendo que quem não está, não faz falta. Só nos faz falta as pessoas que estão lá para nós, quando as coisas estão feias, quando estás num "buraco escuro" e essas pessoas são a luz que te trazem para cima. Pessoas que mesmo nos dias maus, te fazem rir. Essas são as pessoas que importam, são as pessoas que fazem falta na nossa vida.
Pessoas que estão contigo só quando estas bem, ou que te mandam uma mensagem uma vez por ano a perguntar como estás (sim tenho uma pessoa que faz isso), essas pessoas não importam. Pessoas que deixam de estar connosco porque as limitações nos impedem de sair, essas não importam. Temos de dar valor as pessoas que estão connosco porque querem, porque nos amam independentemente se estás de mau humor ou se estás bem. Essas são as verdadeiras, pelas quais vale a pena lutar. Não tenham pessoas "tóxicas" nas vossas vidas, pessoas que simplesmente não interessam, a vida é curta de mais para ser desperdiçada com pessoas que não interessam e o nosso tempo é precioso. Passem esse tempo com pessoas que valem a pena.
Imagem da internet
Usar botas ortopédicas nunca foi nada de bom para mim, para além de serem "lindíssimas", o conceito de confortáveis perde um bocado o significado. Mas pronto já as uso desde que me lembro de ser gente. Sendo ortopédicas, as minhas são também feitas a medida e ainda uso talas. Bem, e mais uma catrefada de coisas nos pés, que me permite ainda andar (se o conceito de andar for dentro de uns 10 minutos ).
Desta vez fui buscar as minhas botas novas e lá me preparo eu para a luta. Luta sim, porque é um exercício que chamo de domar as botas. Ou ganho eu, e elas criam cama e deixam os meus pés ficarem minimamente lá dentro sem dor, ou perco e me vejo numa situação complicada. Pois bem desta vez perdi, as botas começaram a roer o meu dedão do pé esquerdo e quando começou a sangrar, não houve solução, sapateiro com ela. A minha sorte é ter um par de botas a mais, porque já me aconteceu ficar sem sapatos enquanto algum vai arranjar. Pois para mim ficar sapatos é ficar sem andar, porque sem as botas simplesmente não ando.
Desta vez tive sorte, encontrei um sapateiro e lá fui eu levar a minha bota para alargar. Quando fui busca-la, estava a espera e me meto a olhar para as paredes. Nem acreditam, as paredes estavam decoradas com desenhos de figuras públicas feitas a lápis, pelo próprio sapateiro. Sim é verdade o sapateiro tem um grande talento para o retrato.Tínhamos, o Papa, o príncipe Filipe de Espanha com um pormenor impressionante. Lindíssimos realmente.
Vale sempre a pena olhar em redor, ver o que lá está. Daqui a um tempo vejo como ficou a minha bota, agora não porque tenho de esperar que a ferida fique cicatrizada devidamente..
Hoje de manhã, fiquei triste com estas notícia, Steven tinha morrido aos 76 anos devido a complicações da sua doença. A sua inteligência no ramo da física, inspirou vários cientistas a percorrer o seu sonho, e para mim que tenho também uma doença degenerativa, será sempre uma inspiração do potencial que temos e da força que temos de ter. A coragem de seguir os nossos sonhos, apesar das limitações.
Fica aqui o tributo a este grande homem, que para sempre ficará na história.
Hoje vou falar de um tema que várias vezes penso. Para mim desde nova que tenho limitações, sim ainda andava, mas desde nova que usava botas ortopédicas e nunca brinquei como as outras crianças. Sempre fui diferente. Claro que ter limitações é difícil, qualquer que seja a situação. Mas quando é uma deficiência adquirida penso que a situação é pior.
Pessoas que têm acidentes e de um dia para o outro ficam paraplégicos, a perda é muito grande. Não houve tempo de adaptação, não houve avisos, nada. É complicado deixar de fazer coisas que estavam habituados. E adaptar-se a fazer as coisas de maneiras diferentes de um dia para o outro. Uma doença degenerativa como a minha é complicada sim, mas sei o que tenho, tenho noção da maneira como posso ficar e tenho algum tempo de adaptação. Não fiquei na cadeira de rodas de um dia para o outro, houve uma progressão até hoje. Não estou completamente dependente dela, mas cada vez mais a considero um utensílio necessário para o meu dia-a-dia.
Em qualquer das situações, a força para enfrentar todos os dias os obstáculos impostos tem de ser a mesma. Aprender a estar confortável no nosso corpo e a não ser prefeito, porque ninguém o é. Lidar com a frustração e a raiva não é fácil, mas há sempre o dia de amanhã. Força é necessária em ambos os casos.
Imagem internet
É muito bom ter a hipótese de ter uma cadeira nova eu sei, já tinha uma cadeira manual que era emprestada. Mas nem tudo o que sentimos é o que vai na nossa cabeça. Assim o pânico veio, quando tive noção que realmente o sistema elétrico estava a facilitar-me a vida. Conclusão, se calhar estava a ter dificuldades e nem estava a dar por ela, e aí vem o pânico. Será que as coisas estão a evoluir depressa? Será que não estou a fazer o suficiente? Será que o que faço está a ajudar a uma evolução mais rápidas? Vou ficar dependente da cadeira? Pânico, pânico e mais pânico.
Mas depois temos de ver a realidade como ela é. A vida é complicada e sempre será, há sempre um periodo de adaptação as coisas. E o tempo de adaptação a esta cadeira também tem de seguir o seu tempo. Claro que posso estar a piorar, a evolução é diária, mas a vida é assim, não há nada que eu possa fazer para mudar isso. Então o que não tem solução, solucionado está. Vou aproveitar a sorte que tenho, viver a vida um dia de cada vez e o melhor que posso.